A
Fundação Espaço ECO® (FEE®) e o
Green Building Council Brasil (GBC) se reuniram com especialistas da construção civil em um workshop sobre construção sustentável e ciclo de vida. Realizado na CasaE, Casa Ecoeficiente da BASF, o evento teve como objetivo debater a aplicação da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) na LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), uma das principais certificações para construções sustentáveis que adotou novos critérios de avaliação.
Felipe Faria, diretor executivo do
Green Building Council Brasil (GBC), responsável pela certificação LEED no Brasil, acredita que a gestão baseada no ciclo de vida será crucial para que a indústria da construção civil caminhe à sustentabilidade. “Os empreendimentos que conquistarem esta nova certificação serão aqueles que, de fato, medem e avaliam suas instalações, buscam a melhoria contínua e gerenciam seu consumo e os impactos ambientais, econômicos e sociais. Ou seja, os benefícios serão para a indústria da construção e toda a sociedade”, avalia Faria.
Agora, o selo internacional exige informações sobre a cadeia produtiva de toda a edificação, passando a ser necessária a realização de uma Declaração Ambiental dos Produtos (DAP) que integram a construção. A DAP possibilita uma análise e comparação entre produtos de funções similares, baseada em seu desempenho ambiental durante todo o ciclo de vida.
Para obter uma DAP, os fornecedores da construção civil terão que desenvolver uma
Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) de acordo com a regra de sua categoria. Este tipo de ferramenta beneficia a tomada de decisão de clientes, a comunicação com o mercado e a busca pela melhoria contínua do produto.
“Apesar de ser referência em outros países, este tipo de rotulagem baseada no Ciclo de Vida ainda é novidade no Brasil. Com ela, evitamos que empreendimentos se autodenominem sustentáveis. Além disso, aqueles que conseguirem tal certificação terão informações consistentes para a sociedade. Acredito que esta seja uma tendência para a construção sustentável”, afirma Rafael Vinãs, analista de Socioecoeficiência da Fundação Espaço ECO® (FEE®).
Um dos diferenciais destas ferramentas é seu caráter imparcial, uma vez que antes da validação, a Declaração Ambiental do Produto é auditada por entidades independentes que garantem a isenção e credibilidade dos resultados, como Inmetro. Outro ponto importante é que elas se baseiam em normas ISO, diferente da autodeclaração - quando o próprio empreendimento se diz sustentável, e de rótulos ou certificações que não têm a lógica de Ciclo de Vida como base.
No Brasil, já existe um Programa de Rotulagem Ambiental pelo Inmetro que poderá ser aplicado em qualquer setor. Por seu caráter inovador, ainda há dúvidas sobre a elaboração das DAPs e das regras de categorias de cada produto, mas diversas organizações, como a FEE® têm se unido para buscar soluções.
“Esperamos que outros setores sigam este exemplo e busquem as informações necessárias para definir suas regras. Sabendo mais sobre seu setor, as empresas conseguirão atuar ainda mais em sua cadeia de valor. A sociedade só tem a ganhar”, afirma Taísa Caires, consultora de
Educação para a Sustentabilidade da Fundação Espaço ECO®.
Fonte:
http://www.obra24horas.com.br